RACISMO
Racismo é a discriminação social baseada no conceito de que existem diferentes raças humanas e que uma é superior às outras.Esta noção tem base em diferentes motivações, em especial as características físicas e outros traços do comportamento humano.
Consiste em uma atitude depreciativa e discriminatória não baseada em critérios científicos em relação a algum grupo social ou étnico.
O racismo no Brasil é crime previsto na Lei n. 7.716/1989, e inafiançável e não prescreve, ou seja, quem cometeu o ato racista pode ser condenado mesmo anos depois do crime.
O preconceito racial está relacionado com conceitos como homofobia, xenofobia, bullying racista, entre outros muito debatidos na atualidade.
O dia 21 de março foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data foi escolhida em memória aos mais de 60 mortos do massacre ocorrido na África do Sul nesse mesmo dia no ano de 1960.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi criada com o objetivo de proteger os direitos fundamentais dos seres humanos condenando todo o tipo de discriminação pela cor, gênero, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
O racismo consiste na atribuição de uma relação direta entre características biológicas e qualidades morais, intelectuais ou comportamentais, implicando sempre em uma hierarquização que supõem a existência de raças humanas superiores e inferiores. Fatores como a cor da pele ou o formato do crânio são relacionados a uma série de qualidades aleatórias, como a inteligência ou a capacidade de comando. Discursos racistas historicamente têm servido para legitimar relações de dominação, naturalizando desigualdades de todos os tipos e justificando atrocidades e genocídios.
O racismo e as teorias racistas não surgiram do nada, elas possuem uma história própria. Os primeiros discursos racistas derivam de uma visão teológica, são baseados na leitura de uma série de episódios bíblicos, como aquele no qual Noé amaldiçoa seu único filho negro, afirmando que seus descendentes seriam escravizados pelos descendentes de seus irmãos. Essas interpretações serviram para justificar e naturalizar relações de exploração, como a escravização do povo africano pelos europeus. Já no século XVIII surgem as primeiras teorias racistas de cunho científico. Da mesma forma como já fazia com as plantas e os animais, a ciência passa a classificar a diversidade humana e, para tal, usa como critério central a pigmentação da pele. O problema central dessa classificação é que ela conecta a essas características físicas atributos morais e comportamentais depreciativos ou valorativos, a depender de que “raça” se está tratando.
Carl Von Linné, naturalista sueco, foi um dos primeiros a sistematizar essa classificação racista. Ele divide os humanos em quatro raças: a asiática, de pele amarela e caráter melancólico; a americana, de pele morena e comportamento colérico; a africana, negra e preguiçosa; e a europeia, branca, engenhosa e inventiva. Esse tipo de teoria racista, que junta adeptos por décadas a fio, utilizou-se da sua autoridade científica para justificar o tratamento de populações não-europeias como inferiores, indignas de respeito e incapazes de governar a si mesmas, legitimando as empreitadas colonialistas sob a Ásia, a África e as Américas. Obviamente, o desenvolvimento da ciência foi completamente incapaz de provar qualquer tipo de ligação entre as quantidades de melanina de um ser humano e sua personalidade/capacidade intelectual. No entanto, elementos dessa hierarquização seguiram intactos nos imaginários coletivos e se expressam até os dias de hoje.
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