terça-feira, 18 de abril de 2017

Artes

Realismo

Pintura

O Enterro em Ornans, de Gustave Courbet, cerca de 1849-50.
Os impressionistas não pintavam temas religiosos, históricos ou relacionados com o que viesse da imaginação. Na realidade, compartilhavam muitas de suas ideias com o pintor realista Gustave Courbet. Courbet, porém, queria pintar a realidade árdua da vida cotidiana, enquanto os impressionistas se concentravam-se em temas agradáveis, belos ou considerados interessantes. Para eles, essa era a realidade de sua vida: não tinha nenhuma mensagem social a transmitir.[13] O historiador Seymour Slive cita que quando se discute o realismo em relação aos pintores de paisagem é importante especificar que esses artistas quase nunca pintavam seus quadros em exteriores. A prática de fazer pinturas ao ar livre só se tornou comum no século XIX. Em épocas anteriores as pinturas de paisagem eram quase sempre compostas nos ateliês.[14] A França foi o país europeu que propôs, desenvolveu e alimentou o realismo durante todo o período de sua permeância na literatura, ou seja, ao longo de toda segunda metade do século XIX. Segundo Massaud Moisés, as artes plásticas francesas foram a primeira manifestação contra a estética romântica:[15]
As suas origens situam-se na França e nas artes plásticas: antes que os literários, os pintores reagiram violentamente contra o romantismo, a pintura idealista e imaginativa, não raro feita de memória. E essa reação divisa a primeira característica do realismo. Em 1850 e 1853, Gustave Courbet (1818-1877) expõe duas obras realistas (O Enterro em Ornans e As Banhistas), nas quais procura traduzir os costumes, o aspecto de sua época, faz arte atual.
A primeira característica divisada por Moisés na pintura daquele momento é justamente a ênfase dada ao "retrato do real", resultando na insatisfação com a expressão subjetiva e desfocada do inventário da realidade que os realistas vão propor a partir daí.[15] Principais pintores realistas:[16]
  • Édouard Manet era um artista pivô durante o século XIX. Não só o seu trabalho crítico foi de princípios realistas, mas sua arte também desempenhou um papel importante no desenvolvimento do Impressionismo em 1870. Sua obra-prima, Le déjeuner sur l'herbe (O piquenique no bosque), retrata duas mulheres, uma nua, e dois homens vestidos desfrutando um tipo de piquenique. Em consonância com os princípios realistas, Manet baseava todas as figuras de primeiro plano em pessoas vivendo.[17]
  • Gustave Courbet é a figura principal do movimento realista na arte do século XIX. Na verdade, Courbet usou o termo realismo quando exibia suas obras, mesmo tendo evitado rótulos. A sinceridade dos realistas em examinar seu ambiente levou a retratação de objetos e imagens que nos últimos séculos artistas tinham considerado indignas de representação — os mundanos e triviais trabalhadores da classe operária e os camponeses, e assim por diante. Além disso, realistas retratavam essas cenas em uma escala e com uma sinceridade e seriedade anteriormente reservadas à grande pintura histórica.[18]
  • Honoré Daumier trabalhou como balconista de uma livraria, no Palais Royal, um lugar perfeito para observar todos os passos da vida parisiense. As pessoas que lá ele observava inspiraram sua carreira posterior de caricatura e seu interesse em retratar a classe trabalhadora. Ele escolheu retratar a vida urbana. Era litógrafo assim como pintor e fez muitas litografias para revistas francesas liberais. Pintores realistas eram muitas vezes políticos radicais que queriam transmitir opiniões políticas e sociais em suas obras. As caricaturas de Honoré Daumier, por exemplo, criticaram acidamente a ordem social existente.
  • Jean-Baptiste Camille Corot tem sido chamado de o último pintor neoclássico, ele também tem sido chamado de o primeiro impressionista. Há verdades em ambas as declarações. Também é verdade que há traços de naturalismo, realismo e romantismo em suas obras. Ele admirava o estilo mais realista, natural da pintura de paisagem no início do século dezenove pelo artista, como os pintores ingleses Richard Bonington e John Constable, que estavam determinados a pintar o que viam, e que muitas vezes eram pintadas no local, em vez de artisticamente organizadas paisagens em estúdio.[21]
  • Jean-François Millet foi notável por sua interpretação "rigorosamente sincera" da vida rural. Os camponeses mostrados em sua pintura parecem ser "homens subjugados pelas forças da Natureza, mas também soberanos em relação a isso." Millet infundiu sua pintura com uma aura solene, oferecendo ao realismo um significado diferente, menos provocante, mais calmo do que ode Coubert.[22]


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