Artes e Atualidades
Parlamento britânico aprova antecipação das eleições
Foram 522 votos a favor e 13 contra a proposta da primeira-ministra Theresa May de que eleições ocorram em 8 de junho.
O Parlamento britânico aprovou nesta quarta-feira (19), por 522 votos a favor e 13 contra, a antecipação das eleições no Reino Unido para o dia 8 de junho, proposta da primeira-ministra, Theresa May.
A medida precisava dos votos de dois terços dos 650 deputados para ser aprovada, já que a Lei de Parlamentos de Prazo Fixo de 2011 determinou que, a partir de 2015, as eleições parlamentares britânicas devem ocorrer a cada cinco anos - e alterar isso depende do Legislativo.
Estas serão as segundas eleições gerais britânicas em dois anos, após a votação de maio de 2015, com o referendo sobre a saída da União Europeia no meio.
Anteriormente, a renovação do Parlamento estava prevista apenas para 2020. A sugestão de May de antecipação é apoiada em pesquisas que indicam um alto índice de popularidade, o que lhe dá segurança em apostar em sua continuidade no cargo – o partido que obtiver a maioria de cadeiras indica seu líder como primeiro-ministro.
May no Parlamento
Antes da votação, Theresa May defendeu no Parlamento seu projeto. Ela disse que antecipar o pleito é a “coisa certa e responsável” a fazer. “Acredito que neste momento de enorme significado nacional deve haver unidade aqui em Westminster, não divisão”, disse. “Por isso, a coisa certa e responsável a fazer é que todos aqui votem por uma eleição geral”.
A justificativa da premiê para pedir a antecipação das eleições foi de que ela precisa de uma "liderança forte e estável" para negociar o Brexit, como ficou conhecida a retirada do Reino Unido da União Europeia. Esse processo, iniciado há cerca de três semanas após o acionamento do artigo 50 do Tratado de Lisboa, deve durar ao menos dois anos.
"Precisamos de uma eleição geral e precisamos agora", disse, ao anunciar que enviaria o pedido ao Parlamento.
Segundo a BBC, hoje, o Partido Conservador detém uma maioria parlamentar frágil, a ponto de integrantes da própria legenda - que se opõem ao governo - o obrigarem a voltar atrás em algumas posições.
No entanto, pesquisas de opinião sugerem que as eleições podem resolver esse problema.
Especialistas ouvidos pelos jornal britânico "The Daily Telegraph" apontam que 56 assentos hoje nas mãos dos trabalhistas podem ir para os conservadores. Assim, o partido liderado por May teria uma maioria mais folgada no Parlamento.
Apoio da oposição
A proposta de May foi celebrada pelo líder da oposição ao governo de Theresa May, o trabalhista Jeremy Corbyn, que garantiu que o seu partido daria o apoio para a aprovação.
As pesquisas mais recentes apontam se tratar de um momento favorável para os conservadores, avalia John Curtice, professor de Política da Universidade Strathclyde. As médias das últimas consultas populares apontam que os conservadores têm o apoio de 42% da população, enquanto os trabalhistas têm 26%, o suficiente para dar à premiê uma "maioria significativa", de acordo com a France Presse.
A premiê escocesa, Nicola Sturgeon, afirmou que a antecipação do pleito abre uma nova possibilidade para que a Escócia escolha o seu futuro. O país, que se opõe à retirada do bloco econômico europeu, precisa da aprovação do parlamento britânico para realizar um segundo plebiscito sobre a sua retirada do Reino Unido. A estratégia para permanecer na União Europeia encontrou dura oposição do governo de Theresa May.
Fonte: G1.globo.com.br
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