quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Guernica

guernica


Guernica é talvez a obra mais emblemática da carreira de Pablo Picasso e da arte do século XX. Medindo 349,3cm x 776,6cm a obra mostra os horrores do bombardeio à cidade basca de Guernica em 26 de Abril de 1937. Durante a Guerra Civil Espanhola a cidade ficou em chamas após sucessivos ataques por aviões e Picasso, mesmo morando em Paris nessa época, não se calou diante do ocorrido depositando na tela todo seu pesar.
 A pintura, um óleo sobre tela, foi realizada a partir de 36 fotos que retrataram as dolorosas consequências da tragédia. As fotografias divulgadas pelos jornais da época marcam profundamente o artista que após 45 estudos preliminares, produz a grande obra que inicialmente é exposta num espaço reversado a República Espanhola na Exposição Internacional de Paris.
 Do ponto de vista técnico, Guernica ajuda a transmitir a atmosfera da guerra e suas consequências. Para produzir a pintura Picasso utilizou uma técnica bastante difundida no Cubismo – a collage – que consiste na colagem de papeis e objetos para composição da obra. No entanto o artista não se utiliza da colagem propriamente dita, mas de uma simulação da técnica. Desenha e pinta a obra dando a impressão de colagens e criando a sobreposição de planos. Numa total carência da cor, Picasso, movido pela dor do ocorrido faz um retrato monocromático da tragédia, basicamente em preto branco e tons de cinza.
 As imagens que compõe a cena são notáveis representações do Cubismo e um convite ao Surrealismo que trazem ao expectador toda agonia e desumanidade dos momentos de horror passados na cidade basca.
Quanto às figuras, o artista reproduz a população, os animais e a devastação das construções. A tela é construída a partir de quatro retângulos verticais e um triângulo central que compõe a cena. No primeiro retângulo a esquerda é possível notar a mãe que chora a morte do filho, numa alusão a Pietá, juntamente com o touro de feições humanas. O segundo retângulo traz a agonia do cavalo iluminado pela luz inóspita da luminária a cima. O terceiro traz o rosto de duas mulheres aterrorizadas e o quarto retângulo traz a figura de um homem com os braços para cima, na tentativa de pedir socorro. Além disso, o painel é rico em detalhes que passam despercebidos a primeira vista como a flor ao lado de uma das patas do cavalo no centro da obra.
 Atualmente a obra se encontra no Museu Reina Sofia em Madri e ainda é um símbolo das atrocidades cometidas pelo homem.

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